Os valores Éticos

“O homem vive, toma partido, crê numa multiplicidade de valores, hierarquiza-os e dá assim sentido à sua existência mediante opções que ultrapassam incessantemente as fronteiras do seu conhecimento efectivo. No homem que pensa, esta questão só pode ser raciocinada, no sentido em que, para fazer a síntese entre aquilo que ele crê e aquilo que ele sabe, ele só pode utilizar uma reflexão, quer prolongando o saber, quer opondo-se a ele num esforço crítico para determinar as suas fronteiras actuais e legitimar a hierarquização dos valores que o ultrapassam.”
Jean Piaget, Sageza e Ilusão da Filosofia

Os valores éticos reportam-se às normas e critérios de conduta que abarcam todas as áreas da nossa actividade: a solidariedade, a honestidade, a verdade, a lealdade, a bondade, o altruísmo, entre outros.
Há algumas características que nos ajudam a reconhecer o carácter Ético de uma acção ou conduta: em primeiro lugar, só podem ser portadores dos valores éticos as pessoas, nunca as coisas. Só seres dotados de espiritualidade podem adoptar valores morais. Assim o âmbito destes valores é relativamente restrito.
Os valores éticos reportam-se sempre a suportes reais e têm o carácter de exigência (imperativo absoluto) e é deste que nasce um imperativo categórico - “tu deves ou não deves fazer” isto ou aquilo.
Dirigindo-se ao Homem em geral e a cada homem, a sua pretensão a serem realizados é universal; além disto constituem um critério de conduta que afecta todas as esferas da nossa actividade e de todos os outros valores - poderia quase dizer-se que esta característica dos valores éticos apresenta-os como "totalitários".
F.Lopes