A invenção da ciência - David Wootton

A astrologia já foi considerada uma ciência, assim como a teologia, é claro. Nas universidades medievais o currículo principal era constituído pelas sete “artes” e “ciências” liberais: gramática, retórica e lógica; matemática, geometria, música e astronomia (incluindo astrologia). São hoje frequentemente referidas como as sete artes liberais, mas cada uma delas era originalmente considerada tanto uma arte (uma perícia prática) como uma ciência (um sistema teórico); a astrologia, por exemplo, era a perícia aplicada, a astronomia o sistema teórico. Estas artes e ciências davam aos estudantes os fundamentos para o estudo posterior da filosofia e da teologia, ou da medicina e do direito. Também estas eram consideradas ciências — mas a filosofia e a teologia eram explorações conceptuais puras que não eram acompanhadas por qualquer perícia aplicada. Tinham implicações práticas e aplicações, é claro — a teologia era aplicada na arte de dar sermões; e tanto a ética como a política, tal como os filósofos as estudavam, tinham implicações práticas — mas não havia cursos universitários de teologia aplicada, nem de filosofia aplicada. Não eram artes, e teria sido incompreensível afirmar então, como fazemos agora, que a filosofia pertence às artes e não às ciências.
Além disso, estas ciências estavam organizadas numa hierarquia: os teólogos sentiam-se no direito de mandar os filósofos demonstrar a racionalidade da crença numa alma imortal (apesar do facto de Aristóteles não ter partilhado esta perspectiva: os argumentos filosóficos contra a imortalidade da alma foram condenados pelos teólogos de Paris em 1270); os filósofos sentiam-se no direito de mandar os matemáticos provar que todo o movimento nos céus era circular, porque só este movimento pode ser uniforme, permanente e imutável, mandando-os também provar que a Terra é o centro de todos estes círculos celestes. Uma descrição básica da revolução científica é dizer que representou uma rebelião bem-sucedida dos matemáticos contra a autoridade dos filósofos, e de ambos contra a autoridade dos teólogos. Um exemplo tardio desta rebelião é visível no título de Newton, Princípios Matemáticos de Filosofia Natural — título que é um acto deliberado de desafio. Um exemplo mais antigo ocorre com Leonardo da Vinci (m. 1519), que no seu póstumo Tratado sobre a Pintura escreveu: “Nenhuma investigação humana pode ser em verdade denominada ciência se for insusceptível de demonstração matemática. Se dizes que as ciências que começam e acabam na mente são verdadeiras, isso não é de se conceder, mas antes de rejeitar por muitas razões, e sobretudo pelo facto de o teste da experiência estar ausente destes exercícios mentais, sem os quais nada pode ser certo”. Ao afirmá-lo, Leonardo, que era um engenheiro e um artista, rejeitava toda a filosofia natural aristotélica (que é o que ele queria dizer com “as ciências que começam e acabam na mente”) e restringia as verdadeiras ciências àquelas formas de conhecimento que eram simultaneamente matemáticas e baseadas na experiência; aritmética, geometria, perspectiva, astronomia (incluindo cartografia) e música são as que ele menciona. Ele estava ciente de que as ciências matemáticas eram muitas vezes menosprezadas por serem “mecânicas” (isto é, manchadas pela relação próxima que tinham com o trabalho manual), mas insistia que só elas eram susceptíveis de produzir o verdadeiro conhecimento. Os leitores posteriores de Leonardo não acreditavam que ele queria realmente dizer o que disse, mas certamente que o queria. E, em resultado desta rebelião dos matemáticos, a filosofia nos tempos modernos foi despromovida, passando de ciência pura a mera arte.
Uma parte fundamental da filosofia, tal como esta disciplina foi herdada de Aristóteles e era ensinada nas universidades, era o estudo da natureza — “natureza” é uma palavra que vem do latim natura, cujo equivalente em grego é physis. Para os aristotélicos, o estudo da natureza dizia respeito à compreensão do mundo, e não a mudá-lo, de modo que não havia qualquer arte (ou tecnologia) associada à ciência da natureza. E porque a natureza dava corpo à razão era em princípio possível deduzir como as coisas tinham de ser. Para Aristóteles, a ciência ideal consistia numa cadeia de deduções lógicas partindo de premissas incontestáveis.
Quando uma alternativa à filosofia natural aristotélica, que se autodenominava inicialmente “nova filosofia” (termo que John Donne adopta em 1611), se desenvolveu ao longo do século XVII, havia uma necessidade óbvia de encontrar um vocabulário que descrevesse o novo conhecimento. A palavra que usamos hoje, “ciência”, era demasiado vaga: como vimos, já havia muitas ciências. Uma opção — a mais frequentemente adoptada — era continuar a usar os termos de origem latina: “filosofia natural” e “filósofo natural”. Uma vez que estes eram termos associados a um estatuto superior e a maiores salários, era inevitável que os novos filósofos tentassem reivindicá-los para si: Galileu, por exemplo, que fora professor de matemática, tornou-se em 1610 filósofo do Grã-Duque da Toscana. (Hobbes considera que Galileu era o maior filósofo de todos os tempos.) Havia quem considerasse que só a filosofia natural era genuína filosofia: daí que Robert Hooke, uma das primeiras pessoas a serem pagas para fazer experiências, afirme sem peias: “A Tarefa da Filosofia é encontrar um Conhecimento perfeito da Natureza e Propriedades dos Corpos”, e descobrir como usar este conhecimento. Era a isto que ele chamava a “verdadeira ciência”. Este uso dos termos “filosofia” e “filósofo” sobreviveu muito mais do que se poderia pensar. Em 1889 Robert Henry Thurston publicou O Desenvolvimento da Filosofia da Máquina a Vapor: com “filosofia” ele queria dizer “ciência”.
Porém, o termo “filosofia natural” era insatisfatório porque sugeria que a nova filosofia era como a antiga, no sentido de não ter qualquer aplicação prática. Havia outra opção, que era usar uma expressão já existente que evitasse o termo “filosofia” — “ciência natural” — e este uso era comum no século XVII. (Foi só no século XIX que “ciência” passou a ser usado comummente como abreviatura de “ciência natural”.) Um termo ainda mais geral estava disponível: “conhecimento natural”. O estudante da natureza precisava de um nome, daí que tenha surgido uma palavra nova em finais do século XVI, “naturalista” — só mais tarde “naturalista” passou a referir especificamente alguém que estudava criaturas vivas (mesmo em 1755 o Dr. Johnson definia “naturalista” no seu Dicionário como “pessoa bem versada em filosofia natural”). Uma alternativa a “naturalista” era “historiador natural”, um termo derivado de Plínio, Naturalis historia (78 d.C.): mas a reputação de Plínio caiu em resultado da nova ciência, e as histórias naturais sem sofisticação rapidamente foram substituídas por programas de observação mais elaborados.
Se o latim não oferecia uma solução perfeita, que tal o grego? As soluções óbvias eram “física” (ou “fisiologia”) e “físico” (ou “fisiólogo”). Ambos os conjuntos de termos, como os originais gregos, incluíam todo o estudo da natureza, animada e inanimada — de modo que os Ensaios Fisiológicos de Boyle de 1611 eram acerca da ciência natural como um todo. Porém, os dois termos eram já usados em inglês pelos médicos (a medicina foi durante muito tempo a única “arte” baseada numa ciência da natureza), o que era inconveniente. Contudo, os intelectuais ingleses da segunda metade do século XVII usavam “physicks” para “conhecimento da Natureza” ou “filosofia natural” (em contraste com “physick”, que queria dizer “medicina”). Para o ministro presbiteriano Richard Baxter, “A Verdadeira Physicks é o Conhecimento da obra conhecível de Deus”, e para John Harris, que dava palestras públicas sobre a nova ciência desde 1698, “Fisiologia, Physicks ou Filosofia Natural é a Ciência dos Corpos Naturais”, apesar de reconhecer que há também quem use o termo “fisiologia” para se referir à “Parte da Medicina que ensina a Constituição do Corpo”. Harris estava aqui ainda a usar “fisiologia” no sentido que continuou comum até finais do século XVIII — é o sentido original da palavra, anterior ao seu uso para referir o estudo da biologia humana. Uma pessoa que tivesse estudado filosofia natural era um “fisiólogo”. Não foi senão no século XIX que o termo “fisiologia” foi em definitivo cedido aos médicos, redefinindo os cientistas naturais o termo “física” para excluir “biologia” (uma palavra inventada em 1799) e, juntamente com a palavra “física”, introduziu-se uma palavra inglesa nova: “physicist” (físico, em português).
Outra solução ainda foi a invenção de um termo que reflectia o modo como o novo conhecimento atravessava as disciplinas tradicionais da filosofia natural (que incluía o que hoje chamamos “física”) e a matemática (que incluía a mecânica e a astronomia). Daí o uso de termos como “físico-matemático” e “físico-mecânico”, como em “experiências físico-mecânicas”, e até o híbrido peculiar “filosofia mecânica” e “filosofia matemática”.
Não estamos pois perante uma transformação que se reflicta num único par de termos — “filosofia natural”, que, no século XIX, se torna “ciência”. Ao invés, há uma rede complicada de termos, e uma mudança no significado de um provoca reajustamentos no significado de todos os outros. A inovação mais extraordinária do século XIX, no que diz respeito à linguagem da ciência, foi a introdução da palavra “cientista”. Mas o facto de não haver pessoas chamadas “cientistas” antes de 1883, quando William Whewell criou o termo, não significa que não havia qualquer palavra para alguém que fosse especialista em ciência natural — dava-se-lhes o nome de “naturalistas”, ou “fisiólogos”, ou “físicos”; na Itália chamavam-se scienziati, em francês savants, em alemão Naturforscher e em inglês virtuosi. O livro The Christian Virtuoso (1690), de Robert Boyle, é acerca de uma pessoa “viciada na Filosofia Experimental”. À medida que termos como virtuosi passaram a ser vistos como antiquados, foram substituídos pela expressão “homens de ciência”, que nos séculos XVI e XVII era usada para referir todos os que tinham uma educação liberal ou filosófica (“homens de ciência, e não de negócios”), mas que no decorrer do século XVIII começou a ser usada de modo mais restrito para referir as pessoas a que chamamos “cientistas”.
A palavra “cientista” estabeleceu-se muito lentamente pela simples razão de ser (como a nossa palavra “televisão) um híbrido ilegítimo do latim com o grego. O geólogo Adam Sedgwick (m. 1873) escrevinhou nas margens da sua cópia de um livro de Whewell: “Antes morrer da sua ausência do que bestializar a nossa língua com tais barbarismos”. Em 1894 ainda Thomas Huxley (“o buldogue de Darwin”) insistia que ninguém com o mínimo de respeito pela língua inglesa usaria a palavra, que considerava “tão agradável quanto a electrocussão” (um híbrido grego-latino, em vez de latino-grego) — e não era o único. A este respeito podemos proveitosamente contrastar “cientista” com a palavra incontroversa “microscopista” (1831), palavra bem formada porque provinha inteiramente de materiais latinos. Se olharmos para outras línguas europeias, só o português foi na peugada do inglês ao criar um híbrido linguístico: cientista. A tese de que “a palavra “cientista” não foi introduzida até 1833 porque só então as pessoas se deram conta de que era necessária” está assim incorrecta: há muito que se via a necessidade de uma palavra para desempenhar esse papel. O problema era que encontrar uma palavra adequada — que não tivesse já um uso diferente e que tivesse uma construção apropriada — era um obstáculo genuíno, de modo que só quando a necessidade se tornou intolerável se ultrapassou o obstáculo, e isso só se conseguiu violando o que era encarado como uma das regras básicas da formação de palavras. No fundamental, contudo, a palavra “cientista” era apenas uma palavra nova e útil para um tipo de pessoa que há muito existia.
A palavra “científico” situa-se entre o clássico “ciência” e a palavra “cientista” do século XIX. Scientificus (de scientia e facere, fazer conhecimento) não é um termo do latim clássico; foi inventado por Boécio no início do século VI. Em inglês, além de um par de ocorrências num texto de 1589, “científico” não surge até 1637, data após a qual se torna cada vez mais comum. Tem três significados principais: pode referir um certo tipo de especialidade (“científica” em contraste com “mecânica”; o conhecimento de um erudito ou de um senhor, em contraste com o de um comerciante); um método demonstrativo (ou seja, os silogismos aristotélicos); mas, num terceiro sentido (como em “a medição científica de Triângulos”, 1645, numa obra acerca de agrimensura), refere-se às novas ciências da revolução científica. Em francês a palavra scientifique foi introduzida mais cedo, no século XIV, no sentido de fazer conhecimento; no século XVII foi usada para referir as ciências abstractas e especulativas, e só começa a ser usada como equivalente da palavra inglesa “scientist” — un scientifique — em 1895, por volta da altura em que a palavra inglesa começa a ser amplamente usada.
Em cada língua europeia, é claro, o padrão foi ligeiramente diferente. No francês do século XVII encontramos os termos equivalentes do inglês “physician” (physicien) e “naturalist” (naturalist). Em francês, physicien nunca foi usado para médicos, de modo que a palavra estava convenientemente disponível para falar dos cientistas naturais, evoluindo depois para se tornar o equivalente francês de “physicist”. Na Itália, pelo contrário, a ligação entre fisico e a medicina já era forte no século XVI, e os novos filósofos raramente se autodenominavam fisici; mas o italiano já tinha à mão uma palavra, scienziato (homem de saber), inexistente em inglês, e que ainda não existe em francês (scientiste é quase sempre usado pejorativamente para falar de alguém que faz do ser científico um fetiche).
A tese comum de que não havia ciência até ao aparecimento de “cientistas” não faz mais, consequentemente, do que denunciar uma ignorância da evolução da linguagem do conhecimento da natureza, e de quem conhece a natureza, entre os séculos XVII e XIX. Quem hesita usar as palavras “ciência” e “cientista” para o século XVII, convencido do seu anacronismo, não entende que toda a história envolve uma tradução de uma linguagem para outra, e que “ciência” é apenas uma abreviatura de um termo perfeitamente comum do século XVII, “ciência natural”, tal como “cientista” se limita a substituir “naturalista”, “físico”, “fisiólogo” e “virtuoso”. A primeira reunião formal do grupo que se tornaria a Royal Society discutiu a formação de uma associação para promover “Estudos Físico-Matemáticos-Experimentais”: estavam tornando perfeitamente claro que a tarefa não era a filosofia natural tal como era tradicionalmente entendida mas um novo tipo de conhecimento que resultara da invasão do território dos filósofos por parte dos matemáticos.
Tem-se defendido também que não havia cientistas no século XVII porque não havia qualquer papel profissional que um cientista pudesse desempenhar. “Não havia cientistas na Inglaterra dos Stuarts”, afirma-se, “e todos os homens que agrupámos sob essa designação eram, em diferentes graus, diletantes”. Pelo mesmo argumento, Hobbes, Descartes e Locke não eram filósofos, dado que ninguém lhes pagava para escrever filosofia; os únicos filósofos propriamente ditos do século XVII, teríamos de concluir, eram os escolásticos, empregados pelas universidades e pelos colégios jesuítas. Neste sentido, alguns dos novos cientistas eram realmente, como os novos filósofos, amadores e não profissionais: Robert Boyle, da lei de Boyle, era rico e o exercício de uma profissão estaria abaixo da sua dignidade como filho de um conde. John Wilkins, que escreveu bastante sobre questões científicas, era um clérigo, mais tarde bispo, mas quando a Royal Society foi fundada em 1662 já fora Director do Merton College, Oxford, e Mestre do Trinity College, Cambridge (nomeado pelo regime de Oliver Cromwell), apesar de a sua carreira universitária ter sido destruída pela Restauração, e foi então obrigado a recorrer à nomeação eclesiástica. Também Charles Darwin, é claro, era um amador e não um cientista profissional.
Contudo, seria perfeitamente errado pensar que a nova ciência era antes de mais uma actividade amadora — isto é, que não era paga. A este respeito, difere da nova filosofia de Hobbes, Descartes e Locke: estes não pertenciam a qualquer profissão, mas os novos cientistas praticavam ciência como parte integrante do seu emprego pago. Giovanni Battista Benedetti (1530–1590, matemático e filósofo do Duque de Saboia), Kepler (matemático do Imperador Romano Sagrado) e Galileu (professor de matemática por dezoito anos) não eram diletantes nem amadores: eram matemáticos profissionais, tratando de problemas que faziam parte do currículo universitário, ainda que as suas soluções para esses problemas fossem muito diferentes do que nelas se ensinava. Tycho Brahe, como vimos, recebeu fundos estatais. Tanto a produção de instrumentos matemáticos como a cartografia eram actividades comerciais (ambas conduzidas por Gerardus Mercator (1522–1599), por exemplo).
Nem havia falta de pessoas assim na Inglaterra dos Stuarts. Robert Hooke (m. 1703), Denis Papin (m. 1712) e Francis Hauksbee (m. 1713) eram todos pagos pela Royal Society para fazer experiências, apesar de só Hooke receber um salário regular. Christopher Wren, um dos membros fundadores da Royal Society e hoje mais conhecido como arquitecto, era Professor Saviliano de Astronomia na Universidade de Oxford, regendo uma cadeira fundada em 1619, tendo previamente regido a cadeira de astronomia no Gresham College de Londres (fundado em 1597); a astronomia era universalmente reconhecida como um ramo da matemática, e a arquitectura exigia habilidades matemáticas. Isaac Newton era Professor Lucasiano de Matemática em Cambridge, regendo uma cadeira fundada em 1663. Na medida em que houve um papel profissional desempenhado pelos novos cientistas, era o de matemático, e havia muitas pessoas que faziam da matemática a sua profissão fora das universidades: Thomas Digges (1546–1595), por exemplo, que desempenhou um papel importante no maior projecto de engenharia da era isabelina, a reconstrução do porto de Dover, e que também tentou tornar a Inglaterra uma monarquia eleitoral, ou Thomas Harriot (m. 1621), cujas competências como astrónomo, navegador, cartógrafo e engenheiro militar levaram a que fosse contratado para integrar a expedição de Raleigh a Roanoke (1585). Havia assim muitos matemáticos que consideravam que a nova filosofia pertencia à sua área de especialização profissional. E, como é natural, os tópicos cruciais da nova ciência correspondiam exactamente às preocupações profissionais dos matemáticos do século XVII: astronomia/astrologia, navegação, cartografia, agrimensura, arquitectura, balística e hidráulica.
Seria perfeitamente sensato evitar as palavras “ciência” e “cientista” ao falar do século XVII se a introdução destas palavras tivesse marcado um momento de verdadeira mudança, mas “ciência” é simplesmente uma abreviatura de “ciência natural”, e “cientista” não marca uma mudança na natureza da ciência, ou sequer um novo papel social para os cientistas, mas antes uma mudança no decurso do século XIX da importância cultural do ensino clássico — uma mudança que se tornou incompreensível para aqueles historiadores da ciência que não receberam sequer os rudimentos de uma educação clássica.
in http://criticanarede.com - Tradução de Desidério Murcho David Wootton in The Invention of Science: A New History of the Scientific Revolution (Penguin, 2015).